Um jardim vertical, como o próprio nome sugere, é aquele que aproveita o espaço vertical do imóvel (paredes) para criar um jardim. Para isso, pode-se usar uma série de elementos como treliças, vasos, pallets, floreiras, muro verde etc.

Embora tenham se tornado uma tendência recentemente, principalmente graças ao surgimento de imóveis compactos e sem quintais para a criação de jardins mais amplos, o “embrião” dos jardins verticais existe há algum tempo.

Em 1930, por exemplo, Burle Max já trabalhava com o conceito do jardim vertical no edifício do Ministério de Saúde e Educação no Rio de Janeiro, ao lado de Lúcio Costa e Le Corbusier.

Se você quer aproveitar uma parede na varanda do seu apartamento, um espaço na sua casa ou até uma parede interna, que tal conferir as dicas que separamos para criar um belo jardim vertical?

Benefícios de ter um jardim vertical

Mais do que apenas uma tendência decorativa, o jardim vertical é capaz de trazer uma série de benefícios aos moradores. Como:

  • Otimiza o espaço, funcionando especialmente para ambientes pequenos, já que, para criar o jardim, aproveita-se as paredes;
  • Ameniza a temperatura local, criando um ambiente interno mais fresco e agradável, além de proteger a casa contra a irradiação solar;
  • Melhora na qualidade do ar, já que as plantas contribuem para deixar o ar mais puro – e dependendo das espécies cultivadas você conseguirá deixar o espaço perfumado;
  • Redução do barulho que vaza da rua para dentro da sua casa;
  • Ajuda a valorizar áreas, até então, pouco valorizadas no imóvel;
  • Pode ser aplicado em qualquer espaço, até nos que não têm paredes, usando como estrutura móveis, escadas de madeira, estantes de livros e outros, criando o efeito vertical;
  • Favorece a umidade do ar, já que as plantas devolvem ao ambiente boa parte da água que recebem das regas e das chuvas;
  • Requer poucos cuidados, já que esse tipo de jardim não é planejado para ser um local dependente de jardineiros. Por isso, são usadas plantas resistentes e que suportem condições típicas de áreas internas ou varandas;
  • Traz mais vida aos espaços, adicionando texturas, cores, formatos e favorecendo o bem-estar e o relaxamento dos moradores;
  • Protege a parede, sendo especialmente interessante para as fachadas, evitando a necessidade de constantes pinturas ou manutenções em acabamentos.

Quero ter um jardim vertical em casa! Por onde começar?

Já está convencido das vantagens de um jardim vertical? Pois saiba que existem diferentes modelos, desde os que são planejados juntos com o ambiente em questão até os desenhados para modificar um espaço que já existe.

De qualquer forma, existem algumas etapas básicas e super importantes que você precisa considerar.

Planejando a estrutura

Antes de escolher a primeira muda, você deve fazer uma análise do espaço onde pretende inserir o seu jardim vertical. 

Avalie o nível de luminosidade (e as horas do dia em que o espaço recebe mais luz solar), a quantidade de ventos, se o ambiente é interno ou externo, a ventilação recebida e também a sua rotina e disponibilidade em cuidar das plantas e do jardim.

Quem não tem muita habilidade com jardinagem – e nem tempo livre, por exemplo, deve optar por espécies que sejam mais fáceis de cultivar e de manter, exigindo menos regas, adubações e podas. Já se você tem certa experiência, poderá investir em opções diferenciadas, como flores e até pendentes, como kokedamas.

Depois de entender essas questões, analise onde o jardim vertical será ancorado. É possível usar uma treliça, construir uma estrutura de pallet, reaproveitar uma janela antiga, criar um muro verde, usar plantas pendentes, etc.

Se você quiser inovar, poderá reaproveitar móveis, como uma estante de livros ou uma escada, usando como suporte para os vasos. Inclusive essas ideias podem ser usadas caso o espaço em questão onde você deseja colocar o jardim não tenha paredes (ou se você mora de aluguel e não quer fazer furos ou grandes obras).

Quem deseja criar um muro verde, pode investir em outras opções de estrutura, como os blocos pré-moldados, que são encontrados nas versões de concreto fundido ou socado e podem ser instalados em muros impermeabilizados ou permanecerem sem apoio (os blocos oferecem nichos que ajudam na estrutura).

Outra possibilidade são os blocos de cerâmica, que necessitam de impermeabilização e pintura, além de argamassa para a instalação. Se você deseja algo mais simples, existem as estruturas modulares de plástico que são vendidas individualmente ou em kits e podem ser instaladas em diferentes superfícies.

Escolhendo as plantas

Agora que você já estudou o ambiente e definiu a melhor estrutura, é hora de escolher as espécies que se adaptem a esse espaço – e também a sua rotina e habilidade com jardinagem.

Quem vai montar um jardim dentro de casa ou em uma parede que não receba muito sol, deve optar pelas espécies de sombra. Boas sugestões são: Lírio da Paz, Areca Bambu, Dinheiro-em-penca, Jiboia, cacto-macarrão, Hera, Antúrio, Pacová, Samambaia Americana, Colar de Pérolas etc.

Por outro lado, se você vai montar o jardim vertical em uma parede externa que receba bastante insolação, opte por espécies de plantas de sol. Algumas ideias são:  Flor Canhota, Hera Inglesa, Jasmim de Madagascar, Vaso Prateado, Capim do Texas etc.

Lembrando dos cuidados

Não se esqueça de pensar na sua rotina e nas habilidades que possui. Quem não tem muito tempo disponível, deve optar por espécies mais resistentes e que necessitem de poucas regas e cuidados.

Por exemplo, a Barba de Serpente é bem versátil, se adaptando a diferentes ambientes com luz indireta ou direta e precisando de poucos cuidados. Além disso, essa planta tem um efeito pendente muito bonito e exige rega a cada 2 ou 3 dias (ou sempre que o solo estiver seco).

Outra espécie campeã quando o assunto é resistência é a Trapoeraba Roxa, com folhas delicadas em um lindo tom de roxo. Ela precisa ser regada de 2 a 3 vezes por semana e se desenvolve muito bem, sendo perfeita para jardineiros iniciantes.

A Jiboia também é uma alternativa bacana para quem está começando. Ela se desenvolve bem tanto em sol direto como em espaços sombreados e precisa de rega a cada 2 dias – mas consegue sobreviver bem a períodos de seca.

Quem deseja plantas com cuidados ainda mais simples, pode optar pelos cactos e suculentas – que estão em alta. O cacto, por ser uma planta desértica, precisa de uma quantidade de sol maior (em torno de 4 horas por dia, de preferência nas horas mais quentes)

Se for cultivar dentro de casa, coloque-o perto de uma janela iluminada. A rega pode ser feita 1 vez por semana e em pouca quantidade.

Se, por outro lado, você realmente não tem tempo para cultivar seu jardim vertical, ou precisa de uma irrigação mais eficaz devido às espécies usadas, há alternativas interessantes. Uma delas é o kit de irrigação automático.

O sistema deve estar de acordo com o tipo de jardim vertical e as plantas escolhidas. O mais usado é o de gotejamento, que utiliza tubos com espaçamentos fixos ou emissores específicos que derivam da mangueira e são fixados diretamente na terra por meio de uma haste.

A mangueira é acomodada entre os vasos ou as grades do painel e fixada usando abraçadeiras.

Outro ponto importante é que haja uma torneira próxima do jardim, bem como ralos ou sistema de esgotamento da água.

Existem opções ainda mais modernas, com automação, que permitem o controle via smartphone com temporizador digital de torneira. Nesse sistema, você consegue definir em quais dias da semana e por quanto tempo a irrigação irá funcionar, os turnos de regas e programar até 4 regas em horários diferentes em um mesmo dia.

Gostou das dicas que reunimos sobre jardim vertical? Ama plantas? Então confira nosso conteúdo sobre Urban Jungle e entenda melhor esse estilo decorativo que traz a natureza mais perto do nosso dia a dia!